Ansiedade e Redes Sociais: O Impacto do Uso Excessivo e da Comparação Social na Autoestima
- Pedro Gatti Lima
- 29 de mar.
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de abr.

Em uma noite comum, Ana, de 26 anos, deita-se na cama e pega o celular para "dar uma olhadinha" no Instagram antes de dormir. O que deveria ser um momento breve se transforma em uma longa navegação por perfis de influenciadores, amigos e conhecidos. Ela vê fotos de viagens paradisíacas, casais sorridentes e conquistas profissionais que parecem inalcançáveis. Com cada deslizar de dedo, uma sensação incômoda cresce dentro dela: "Por que minha vida não é assim? O que estou fazendo de errado?".
O que Ana vive não é incomum. Redes sociais como Instagram e TikTok oferecem um fluxo infinito de imagens cuidadosamente selecionadas e editadas para mostrar a melhor versão da vida das pessoas. Essa exposição constante a padrões irreais de beleza, sucesso e felicidade pode levar à comparação social, gerando insatisfação, ansiedade e baixa autoestima.
A comparação social faz parte da nossa natureza humana. Entretanto, no ambiente digital, essa comparação acontece de forma desigual. Quando nos comparamos, geralmente estamos confrontando os bastidores da nossa vida com o palco iluminado dos outros. Não vemos as dificuldades, os fracassos ou os momentos de insegurança alheios, apenas uma narrativa filtrada e editada.
Estudos mostram que o uso excessivo das redes sociais pode estar associado a sintomas de ansiedade e depressão, principalmente em adolescentes e jovens adultos. A necessidade de validação através de curtidas e comentários pode se tornar um ciclo vicioso, onde a autoestima fica condicionada à aprovação externa.
Então, como lidar com esse impacto emocional?
Autoconsciência: Pergunte-se como você se sente ao usar as redes sociais. Se o uso está gerando mais angústia do que prazer, talvez seja o momento de reconsiderar a forma como você interage com essas plataformas.
Filtro consciente: Lembre-se de que o que você vê online não representa a realidade completa das pessoas.
Tempo de qualidade: Reduzir o tempo de exposição e substituir o consumo passivo por atividades que promovam bem-estar pode fazer diferença.
Busque apoio profissional: Se a ansiedade e a baixa autoestima estão impactando seu dia a dia, a psicoterapia pode ajudar a desenvolver estratégias para fortalecer sua relação consigo mesmo e com o mundo digital.

Sinais de que as Redes Estão Afetando Sua Saúde Mental
- Sintomas Físicos: Dores de cabeça, insônia ou fadiga após longos períodos no celular.
- Emocionais: Frustração constante, sentimento de "não ser o suficiente".
- Comportamentais: Checar notificações até em momentos íntimos (banheiro, jantar em família).
Reconecte-se Com o Real: Estratégias Baseadas na Terapia Cognitivo-Comportamental
Experimento da Desintoxicação:
Delete os apps por 72 horas. Anote em um diário: "O que senti? O que fiz com esse tempo?"
Exercício do Contraste:
Pegue uma foto "perfeita" que te causou mal-estar. Agora imagine:
Qual história NÃO está sendo contada aqui? (Ex.: A influencer com o corpo "perfeito" pode sofrer de transtorno alimentar).
Prática da Autocompaixão:
Troque "Por que não sou assim?" por "Que partes da MINHA vida merecem ser celebradas hoje?"
Se você sente que a comparação social tem afetado sua autoestima e bem-estar, buscar um espaço de acolhimento e reflexão pode ser transformador. A psicoterapia é um caminho para entender melhor suas emoções, resgatar sua autenticidade e construir uma relação mais saudável consigo mesmo. O primeiro passo pode estar a uma mensagem de distância.
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