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Autodescoberta e Orientação Sexual

Autodescoberta e Orientação Sexual
Um caminho com mais perguntas do que respostas (e tudo bem...)

Falar sobre orientação sexual é, muitas vezes, entrar num território cheio de dúvidas, expectativas, receios e também descobertas libertadoras. Ninguém recebe um manual sobre quem é ou o que vai sentir — e tudo bem. A autodescoberta é um processo individual, e embora às vezes solitário, ela não precisa ser solitária o tempo todo.


Muitas pessoas começam a se questionar sobre sua orientação sexual ainda muito jovens, mas só mais tarde encontram espaço (interno ou externo) para explorar esses sentimentos. Outras só se permitem esse olhar com mais calma depois de uma mudança significativa na vida — como sair da casa dos pais, entrar na universidade ou até se mudar de país. Sim, mudar de país pode, sim, ser um divisor de águas.


Estar em outro lugar, longe dos olhares conhecidos e das expectativas da cultura de origem, pode abrir portas internas. Não é raro ouvir relatos de quem só se sentiu verdadeiramente livre para se assumir ou experimentar outras vivências afetivas-sexuais depois de viver no exterior. É como se o deslocamento geográfico também permitisse um deslocamento emocional — uma pausa dos julgamentos que estavam embutidos no cotidiano.


Mas essa liberdade não vem sem medo. O medo de decepcionar a família, de ser rejeitado, de não “se encaixar” em nenhuma categoria, ou mesmo de perder referências construídas ao longo da vida. O processo de se perguntar “quem eu sou?” muitas vezes esbarra em “o que vão pensar de mim?”, e isso pode ser paralisante. A verdade é que viver a própria verdade exige coragem — e paciência.


Muitos também se sentem pressionados a “saber logo” o que são, como se fosse obrigatório escolher uma identidade fixa, com rótulo e tudo. Mas a sexualidade humana é fluida, diversa e, muitas vezes, escapa das caixinhas. O mais importante talvez não seja “definir”, mas sim permitir-se sentir, experimentar e respeitar o tempo das próprias descobertas.


E não são só as pessoas LGBTQIA+ que vivem esses dilemas. Mesmo quem se identifica como heterossexual pode se ver mergulhado em questionamentos profundos: “Sou o bastante?”, “Estou correspondendo ao que esperam de mim como homem ou mulher?”, “Sou atraente?”, “Por que me sinto desconectado(a) do que esperava sentir?”. Questões de masculinidade, feminilidade, validação e autoestima atravessam todos os corpos e todas as histórias. Autoconhecimento não é privilégio de uma orientação — é parte de ser humano.


E aí entra outro desafio: o julgamento — tanto o externo quanto o interno. Às vezes, mesmo longe de olhares familiares, a gente carrega um juiz dentro da cabeça. Aquele que critica, que cobra, que diz que está “errado” sentir tal coisa. Nesses momentos, o acolhimento é fundamental. Ter um espaço seguro para conversar, refletir e se escutar faz toda a diferença.


Se você está nesse processo de se descobrir ou de se permitir viver com mais autenticidade, saiba que você não está só. A psicoterapia pode ser um apoio importante nesse percurso. É um lugar para se ouvir com menos medo, para desmontar armaduras, para nomear sentimentos, e talvez, quem sabe, se encontrar com mais leveza.


Se quiser conversar sobre isso, ou sobre qualquer outro tema que esteja te atravessando, eu estou por aqui. Mesmo que a gente esteja em fusos horários diferentes.






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