top of page
  • Black Facebook Icon
  • Black Instagram Icon
  • Whatsapp
  • Youtube
  • LinkedIn

A solidão de estar longe e a redescoberta de si

"A Solidão de Estar Longe — e a Redescoberta de Si"

Tem dias em que a gente acorda com a alma meio desencontrada. Lá fora o mundo gira, mas por dentro tudo parece quieto demais. A xícara de café esfria devagar, a cidade estranha segue seu ritmo, e você se pergunta, em silêncio: o que estou fazendo aqui?


Estar longe — de casa, da família, dos amigos de sempre — tem um custo que não aparece nas fotos das redes sociais. Tem a beleza da descoberta, sim. Mas também tem o vazio de não ter com quem rir de uma piada antiga, ou com quem dividir o peso de um dia ruim sem precisar explicar tudo do zero.


Morar fora é como habitar uma pausa. As pessoas ao redor seguem em seus círculos de pertencimento, enquanto você tenta, aos poucos, encontrar o seu lugar. Fazer amizades parece tarefa de criança crescida — exige coragem, tentativa, e uma certa fé de que alguém vai entender quem você é, mesmo sem conhecer seu passado.


E no meio disso tudo, a solidão aparece. Às vezes como um silêncio bom, às vezes como um aperto no peito. Você pode estar numa cidade linda, com tudo o que sonhou… e ainda assim sentir que falta algo. Faltam conexões verdadeiras. Faltam olhos que reconheçam você por dentro.


Mas há também um outro lado. Um outro caminho que começa nesse vazio. É quando você começa a se fazer companhia. A sair para caminhar sozinho e perceber que pode, sim, se bastar por algumas horas. A cozinhar para si com carinho, a ler devagar, a escrever, a ouvir música e dançar na sala.


Movimentar o corpo pode ser um reencontro com a própria vitalidade. Uma simples caminhada, uma aula de yoga, alguns minutos de meditação em silêncio… ou até o ato de passar um creme no corpo com atenção, preparar um chá com calma, arrumar a cama com afeto. Pequenos gestos assim carregam uma mensagem silenciosa: eu me importo comigo. E são nesses rituais de autocuidado que, muitas vezes, a gente começa a se reconstruir.


À medida que o vínculo consigo mesmo se fortalece, algo dentro amolece. Às vezes, surge o desejo de retomar um contato antigo — alguém com quem houve um afastamento, uma ruptura sem explicação, uma conversa interrompida. Nem sempre é preciso voltar atrás, mas só o fato de considerar esse gesto já mostra que há movimento, cura, maturidade. Que algo em você está voltando a circular.


E, se em algum momento tudo isso ficar pesado demais — se o silêncio virar isolamento, se a saudade apertar sem trégua, se o peito pedir por um olhar acolhedor — saiba que estou aqui.Pra ouvir, pra acolher, pra caminhar junto nesse trecho da sua travessia.


Você não precisa atravessar tudo isso sozinho. Às vezes, falar é um jeito de voltar pra casa — mesmo estando longe.



Comments


© 2025 by Pedro Lima Psicologo. Powered and secured by Wix

bottom of page