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Preciso de Terapia, Mas Não Quero: Por Que É Tão Difícil Mudar?

terapia online

Viver em ciclos repetitivos pode parecer, à primeira vista, um sinal de estagnação ou sofrimento. No entanto, existe algo de familiar — e até reconfortante — nesses padrões. Eles são conhecidos, previsíveis e, por mais que tragam consequências negativas, oferecem um tipo de segurança que é difícil abrir mão. Há uma estranha forma de prazer em saber o que esperar, mesmo que esse "esperado" seja um resultado que nos fere.


A mudança exige um esforço imenso. Requer disposição para olhar de frente para aquilo que muitas vezes tentamos evitar: o passado. São experiências mal digeridas, dores antigas, feridas que preferimos deixar escondidas. E, enquanto não olhamos para elas, elas continuam a atuar de forma silenciosa, influenciando nossas escolhas, comportamentos e reações no presente.


Entrar em contato com essas memórias não é fácil. Há medo, resistência, cansaço. Existe também a crença de que "não adianta", de que "isso não vai mudar", ou que "já passou". Mas o passado, quando não elaborado, se repete. E repetir pode ser uma maneira inconsciente de tentar resolver o que não foi resolvido, de tentar dar um novo fim ao que ficou em aberto.


A maior armadilha desses ciclos é justamente a sua familiaridade. Eles nos aprisionam não com correntes, mas com conforto. Um conforto que cobra um preço: a impossibilidade de viver algo novo, de experimentar outras formas de estar no mundo, de se relacionar com os outros e consigo mesmo com mais autenticidade e liberdade.


Mudar um comportamento não é simplesmente "escolher diferente". Muitas vezes, esses comportamentos estão tão enraizados em nossa história que parece impossível agir de outro modo. Sabemos que queremos algo diferente, mas nos vemos fazendo as mesmas coisas, seguindo o mesmo roteiro, colhendo o mesmo resultado.


É natural, então, que a ideia de buscar ajuda — como a psicoterapia — desperte ambivalência. Afinal, não se trata de um milagre, nem de uma solução rápida. Fazer terapia é um processo, e isso pode assustar. Leva tempo para confiar, para se permitir falar, para sentir que é possível revisitar certas dores sem ser engolido por elas.


Mas é nesse processo, passo a passo, que algo começa a se transformar. A escuta atenta e sem julgamento de um terapeuta pode ser o início de um novo tipo de relação: uma relação em que você possa se escutar também, se acolher, se compreender. Não para apagar o passado, mas para resignificá-lo — e, assim, abrir espaço para escolhas mais conscientes no presente.


Se você sente que está vivendo sempre a mesma história, que os caminhos parecem levar aos mesmos lugares de dor ou frustração, talvez seja hora de buscar apoio. A psicoterapia não tem todas as respostas, mas pode ajudar a fazer perguntas melhores. Pode ser o início de uma caminhada em direção a si mesmo — uma jornada que, embora desafiante, pode trazer mais liberdade, sentido e presença à vida.




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